rede

Ele sentava a varanda de sua casa, a rede, o ar frio o computador no colo, ele lia e relia os textos trocados, a frases as confissões feitas em meio a noite, e até sorria mas o que tinha no rosto era um pesar maior, as lagrimas corriam frouxas em seu rosto, e ele se sentia menos do que poderia, e aceitava a culpa do que lhe era cabido.
Ele gravava as fotos, junto com os textos tentando fazer uma ordem cronológica de tudo, das viagens das festas, até mesmo das brigas, e mesmo elas ele recordava com carinho.
Ele fecha o laptop, e balança a rede, la dentro o som do radio tocando blues, e ele sente o vento tocar o rosto, e gelar a lagrima, é fato que sente a falta dela, mas por que bater as mãos em portas que não se abrem? Ele mandou ele entregou a foto, a melhor foto, e a verdade de seu peito, ele tentou de verdade fazer algo certo, mas... se ele errou ele sabe que deve aceitar a condição... e seu erro é apenas culpa dele? Ele pensa.... não existe culpado nesses casos... um peito lê o que quer, uma verdade pode ser vista como falsa e uma meia verdade como pura verdade.
Ele recosta a cabeça na rede, e a seu lado um beija flor poliniza inúmeras flores, ele fecha os olhos e em silencio diz o nome dela uma ultima vez antes de pensar que não deve mais dizer com o mesmo sentimento, ela fez a escolha dela, ela decidiu seguir seu caminho... ela estava certa em seguir seus sonhos... era uma oportunidade melhor...
Ele olha para os lados e seu telefone não tem nenhuma chamada recente, a ultima mensagem dela diz que sente falta dele, e que ele é quem ela mais adora no mundo, mesmo que enfatizando um traço seu ela diz que o adora... e ele sorri, apaga muitas mensagens, mas essa... essa ele não consegue apagar... talvez seja uma forma de se manter perto... mesmo ela estando longe...
O vizinho passa na rua e acena ele, acena de volta, o violão próximo o convida a tocar mas... o blues esta perfeito a cena. O sol se põe e ele lentamente adormece com os olhos vermelhos e a face gelada...
Até quando... ele pensa antes de dormir, até quando as coisas certas vão soar aos ouvidos alheios como erradas?
em pouco tempo seu telefone toca, e ele acorda... mensagem.... ele ate pensa nela... mas nada alem de propaganda... nada alem de um carro zero... ele volta a deitar
E olhando o celular vê a foto...
vai ser feliz... eu sei... vai ser feliz...
E eu espero ser também...
Pensa ele desligando o celular e se desligando do mundo por um tempo... ao menos... é o que ele quer...

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