4EVER

De olhos fechados ele aperta os braços contra o peito a dor é grande e dos olhos correm lagrimas, se torna cada vez mais difícil abrir os olhos e voltar a ver as coisas a sua volta, vez por vez, uma atrás da outra as ondas de dor, e frio o fazem fechar mais e mais os olhos, suas unhas já marcam a pele, e seus dentes já arrancam sangue dos lábios.
Mas ele sabe que nada é para sempre...
Quando era mais novo acreditava no eterno, em coisas que eram feitas para serem indivisíveis, indestrutíveis, como diamantes e átomos mas hoje a ciência já provou que átomos podem ser partidos e diamantes não são eternos... nada é.
Quando criança ouvi certa vez seu avo dizer que amor, o verdadeiro amor era como uma jóia, um diamante único, mas tarde disse isso a uma amiga, e depois a uma paixão, mas diamantes não são eternos, e nem os átomos são indivisíveis, a amiga se foi e a paixão se desfez.
Abraçando a sim mesmo, com olhos vermelhos mas com a face ardida pelas lagrimas salgadas, ele não abre os olhos e se mantém ali, olhos fechados, dedos cravados em seus braços, respiração densa...
Mas nada é para sempre e na manhã seguinte, ao acordar, as marcas nos braços e o lábio cortado, são as únicas coisas que sobraram do dia que passou. Nem magoa, nem tristeza nem rancor... apenas uma marca, talvez a única que o tempo, nem os cientistas possam destruir ou dividir.
Uma marca que vai durar para sempre.

Comentários

Rafael Valverde disse…
Existem momentos que queremos eternizar, pessoas que, apesar de não sermos eternos, queremos que vivam para sempre ao nosso lado.
Mas sabemos que nada é para sempre...
A partida nos proporciona uma dor indescritível, dor em lugares que não imaginávamos que poderíamos sentir, pensamos que nunca iremos esquecer, mas o nunca é muito tempo, e não temos tanto tempo assim. E essa dor, ahh.. ela também não é para sempre.

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