CotidiANO
O som repetido e estridente o faz voltar a realidade, as horas de sono serviam mais como anestésico do que como conforto e descanso, ele se levanta lentamente, olhos semicerrados, e se estivesse acompanhado poderia ser descrito como um zumbi matinal.
O dedo mínimo buscou masoquistamente a quina da cama, e mesmo assim aos gritos ele não perdeu sua postura matinal, cabelos desgrenhados, olhos agora um pouco mais fechados pela dor, e andar manco e curvado, a mão no rosto, a face desleixada e áspera pela barba por fazer a sua volta o de sempre, a toalha, a escova, pasta o copo plástico portando a escova e a pasta e a pia...
Ele se olha no espelho e como de costume se da bom dia, a mão busca cegamente e instintivamente o registro do chuveiro e logo após mede a temperatura da água. Liga o radio ouvindo as informações matinais de transito e se espanta ao saber que tanta coisa já aconteceu... e nem são 7 horas da manhã...
O banho é como um ritual, dogmático e como se houvesse um script a ser seguido, cabeça, tronco membros, sola, entre os dedos... sempre assim sempre nessa ordem, se fosse gravado seria repetido diariamente e ninguém saberia dizer se estava em looping ou não.
Depois, secar-se era a mesma ação que o banho, uma linha continua e repetitiva de fatos e atos, vez por outra coroadas com um arregalar de olhos e reparando em um roxo ou dedo mínimo dolorido...
O café, na xícara, o pão com manteiga no prato, o radio desligado e a TV fazendo as vezes da mãe que pela manhã não se cala...
Olhando aos lados, a casa vazia, retratos antigos em molduras novas, contas pagas e novas contas chegando... tudo se repete... um dia depois do outro...
Ele se levanta, volta ao espelho, escovando os dentes se olha e diz
“ E você pensou que morreria sem ela hein?”
É... pois é... mesmo assim ele continua vivendo um dia depois do outro...
O dedo mínimo buscou masoquistamente a quina da cama, e mesmo assim aos gritos ele não perdeu sua postura matinal, cabelos desgrenhados, olhos agora um pouco mais fechados pela dor, e andar manco e curvado, a mão no rosto, a face desleixada e áspera pela barba por fazer a sua volta o de sempre, a toalha, a escova, pasta o copo plástico portando a escova e a pasta e a pia...
Ele se olha no espelho e como de costume se da bom dia, a mão busca cegamente e instintivamente o registro do chuveiro e logo após mede a temperatura da água. Liga o radio ouvindo as informações matinais de transito e se espanta ao saber que tanta coisa já aconteceu... e nem são 7 horas da manhã...
O banho é como um ritual, dogmático e como se houvesse um script a ser seguido, cabeça, tronco membros, sola, entre os dedos... sempre assim sempre nessa ordem, se fosse gravado seria repetido diariamente e ninguém saberia dizer se estava em looping ou não.
Depois, secar-se era a mesma ação que o banho, uma linha continua e repetitiva de fatos e atos, vez por outra coroadas com um arregalar de olhos e reparando em um roxo ou dedo mínimo dolorido...
O café, na xícara, o pão com manteiga no prato, o radio desligado e a TV fazendo as vezes da mãe que pela manhã não se cala...
Olhando aos lados, a casa vazia, retratos antigos em molduras novas, contas pagas e novas contas chegando... tudo se repete... um dia depois do outro...
Ele se levanta, volta ao espelho, escovando os dentes se olha e diz
“ E você pensou que morreria sem ela hein?”
É... pois é... mesmo assim ele continua vivendo um dia depois do outro...
Comentários
E eu já sei que não morro sem ele, todavia, isso não faz com que eu não o deseje e queira absorvê-lo...
Ahh...
(talvez seja um desabafo.. rs)