Rosa

Ele carregava o lixo para forra, como sempre fez, recolheu as cartas na volta e o jornal novo, colocou como sempre fazia sobre a mesa o jornal e as cartas, não sem antes ver se ainda existia uma carta para ele, mas não eram todos para ela, e as contas que ele já havia separado o dinheiro para pagar, era sua ultima manhã ali, e as coisas rotineiras hoje pareciam inda mais agradáveis, mas ele estava decidido ia partir e não mais voltar.
A mesa do café ela sentada servia-se de uma xícara de café com leite e 3 ou 4 fatias de pão de forma quente com sua manteiga preferida, a luz suave entrava pela janela e iluminava ela de costas para ele, parecendo estar em uma redoma de luz, o olhar por sobre os ombros fez ele perceber que ela já havia notado sua presença, ele caminhou até a mesa servindo-se de um copo de café puro dizendo a ela.
- É, eu vou embora. Vou deixar as contas pagas, afinal participei dos gastos esse mês. – ela porem não disse nada, apenas mordeu a fatia de pão que estalava em seus dentes.
-Eu só queria dizer adeus pra você , e não ficar falando atoa. – sem perceber reação dela ele termina o café e sobe para pegar suas malas ao descer ele passa pela cozinha e coloca as chaves sobre a mesa ela abaixa a cabeça e ensaia uma tosse, por fim diz.
- Eu fui uma tola, desculpe, espero que seja feliz. – Aquelas frases pareceram sem sentido para ele, ela nunca diria isso, e assustado ele ficou parado olhando ela se virar na cadeira e olhar para ele e continuar dizendo. – É claro que gosto de você, acredito também estar apaixonada, mas foi culpa minha não perceber isso e não te dizer, mas tu foi tão sem percepção quanto eu, foi tão imprudente quando eu... não precisa sair de casa eu saio .
-Não – disse ele – Nada disso, comprei a casa para você montei como seu sonhos, alem disso para onde vai? Não tem pra onde ir, vai se enfiar em um hotel? Não seja tola, fica com a casa, a gente já acertou tudo, ela é mais sua do que minha.
- Bem, então não se preocupe com as contas, eu sei me virar sozinha, e é bom por que ai já tenho o prazer de saber que me sustento sozinha, dizem que isso é bom, se manter só.
-Mas as prestações? – Disse ele acanhado em ver os olhos dela o fintando fixamente.
-Deixa eu pago, no fim a viagem seria só minha mesmo.
- Olha se precisar de algo é só falar, vou estar por perto sabe disso, pode contar comigo
-Não precisa, eu não sou tão frágil assim, só queria que soube-se que eu realmente peço desculpas não sabia como dizer as coisas pra ti.
Ele sorri, acerta os cabelos dela por trás das orelhas, e ela o olha nos olhos e diz,
- vai, tu tem hora, já que não tem nada que eu possa dizer que mude sua vontade de ir, vai.
Ele pega as malas e coloca no porta malas do carro, no banco de trás, alguns livros e dvd´s, ela de pé na varanda da casa olha ele dar a volta e parar frente a porta do motorista, um aceno e ela vira as costas sem responder... entra em casa.
Ela ouve lá fora o som do carro partindo, ela não entrou por raiva, mas por que não queria que ele a visse chorar... era uma mulher um tanto orgulhosa para isso, mas chorou por longas horas, até perceber que o dia se aproximava da metade... e ai deixou para chorar mais a noite deitada em sua cama de casal, sozinha.

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