Escolheu Esperar.
O jovem rapaz lutava conta a tristeza ao descer os últimos degraus do velho ônibus, a sua frente a vila onde morava e no fim da rua sua casa, a casa dos sonhos, a casa que ele sempre voltava com um sorriso largo no rosto, depois de um dia de trabalho ou uma viagem para visitar seus pais, mas hoje... hoje ele voltava triste sem o sorriso e sem os acenos aos vizinhos.
O fim de tarde frio parecia feito especialmente para ele, uma garoa fina e triste, sem crianças nas ruas, sem gritos de “Tio” muito embora ele não tivesse a sorte de ter tido sobrinhos, ele voltava pra casa sem a alegria de costume, apenas um andar pesado as mãos afogados nos bolsos e os olhos baixos... vistoriando os passos próximos.
Sua casa que antes ao final do dia se iluminava com luzes no jardim, musica e algumas vezes ele mesmo sentado a varanda tocando um violino ou gaita, hoje mergulhou-se em uma escura onda de silencio... os vizinhos acostumados a ver o jovem na janela até tarde mirando as estrelas espantaram-se ao ver as mesmas janelas fechadas, e quando não, apenas uma brecha de luz pálida e um vulto sorumbático a olhar por ela.
Ele andava pela casa recolhendo em si mesmo forças para não deixar o grito subir a garganta, mas... a força que fazia era gigante e mesmo negando o grito, um gemido e lagrimas não podiam ser evitadas, principalmente ao segurar ou apenas lembrar do envelope que abriu aquele dia...
Um envelope branco, com adornos prata, letras bem feitas em uma tinta escura, letras feitas a mão, por algum grafista... era sem duvida um convite... e as letras escreviam seu nome, mas quem convidava? E pra que?... ao abrir.. a resposta... ela o convidava para seu casamento... com Aquele rapaz... ele desde então não sorriu mais... e teve a sensação de que o céu sobre sua cabeça tornava-se cinza.
A Anos não a via pelas ruas, a anos não tinha noticias, a anos ainda guardava a esperança de um reencontro... a anos guardava a imagem dela... Mas hoje...
As letras bem feitas e desenhadas, o convite com as iniciais dela e daquele rapaz, o endereço e a hora... Faltava pouco... Pouco mais de uma semana.. e ele sabia que não poderia fazer nada... E se pudesse o que faria? Entraria a igreja aos berros dizendo não case? Ligaria para ela e passaria hora dizendo o que sente para no fim ter a resposta que já ouviu umas tantas vezes?
ou escreveria uma carta longa com tantas verdades quanto lagrimas que ou a faria acreditar ou afogar-se nelas? Restava a ele o que sempre restou... Deixar a vida seguir seu rumo.
Sempre fora assim, desde o primeiro momento lembrou ele, a vida sempre teve que seguir um rumo, hora ele dizia a ela que ela deveria olhar a frente e perceber quem acenava a ela, hora ele se dizia para fazer isso, muito embora não visse ninguém acenando para ele, lembrou-se e com uma certa culpa de ter argumentado algumas vezes que ela se prendia a um passado, e que deveria dar-se a chance de viver, embora ele agora não conseguisse fazer o mesmo... percebeu assim que não adiantaria escrever, ir ou ligar... Percebeu então que não adiantaria então esperar, sonhar ou pedir a quem quer que seja por um reencontro ou retomada... Percebeu que não a perdia aquele dia... Percebeu que a perdeu anos antes... Antes mesmo de tê-la conhecido.
Abriu a carteira, e tirou ali de entre os cartões uma foto, uma pequena foto dela sorrindo a seu lado em um domingo feliz, uma foto roubada... uma foto que ela nunca sequer soube que existia... logo as horas passaram e era hora de voltar pra casa... Enfrentar o ônibus, as cotoveladas o que fosse... nada iria doer mais do que a frase.
“convidam você para a cerimonia a realizar-se”... e a data... nada o fez mais mal...
A lembrança do envelope e até mesmo as horas com ele na mão aquele dia pensando se deveria ou não ir e se despedir o tornavam cada vez mais triste... mas não..
Fechou a janela, desligou as luzes, e sentou-se a varanda... escuro e triste
Afinal hoje, uma semana depois do convite... ela se casava com aquele rapaz... e não existia para isso um “fale agora ou cale-se para sempre”... ele não tinha o que falar... ela escolheu o outro rapaz...
E ele escolheu... esperar...
O fim de tarde frio parecia feito especialmente para ele, uma garoa fina e triste, sem crianças nas ruas, sem gritos de “Tio” muito embora ele não tivesse a sorte de ter tido sobrinhos, ele voltava pra casa sem a alegria de costume, apenas um andar pesado as mãos afogados nos bolsos e os olhos baixos... vistoriando os passos próximos.
Sua casa que antes ao final do dia se iluminava com luzes no jardim, musica e algumas vezes ele mesmo sentado a varanda tocando um violino ou gaita, hoje mergulhou-se em uma escura onda de silencio... os vizinhos acostumados a ver o jovem na janela até tarde mirando as estrelas espantaram-se ao ver as mesmas janelas fechadas, e quando não, apenas uma brecha de luz pálida e um vulto sorumbático a olhar por ela.
Ele andava pela casa recolhendo em si mesmo forças para não deixar o grito subir a garganta, mas... a força que fazia era gigante e mesmo negando o grito, um gemido e lagrimas não podiam ser evitadas, principalmente ao segurar ou apenas lembrar do envelope que abriu aquele dia...
Um envelope branco, com adornos prata, letras bem feitas em uma tinta escura, letras feitas a mão, por algum grafista... era sem duvida um convite... e as letras escreviam seu nome, mas quem convidava? E pra que?... ao abrir.. a resposta... ela o convidava para seu casamento... com Aquele rapaz... ele desde então não sorriu mais... e teve a sensação de que o céu sobre sua cabeça tornava-se cinza.
A Anos não a via pelas ruas, a anos não tinha noticias, a anos ainda guardava a esperança de um reencontro... a anos guardava a imagem dela... Mas hoje...
As letras bem feitas e desenhadas, o convite com as iniciais dela e daquele rapaz, o endereço e a hora... Faltava pouco... Pouco mais de uma semana.. e ele sabia que não poderia fazer nada... E se pudesse o que faria? Entraria a igreja aos berros dizendo não case? Ligaria para ela e passaria hora dizendo o que sente para no fim ter a resposta que já ouviu umas tantas vezes?
ou escreveria uma carta longa com tantas verdades quanto lagrimas que ou a faria acreditar ou afogar-se nelas? Restava a ele o que sempre restou... Deixar a vida seguir seu rumo.
Sempre fora assim, desde o primeiro momento lembrou ele, a vida sempre teve que seguir um rumo, hora ele dizia a ela que ela deveria olhar a frente e perceber quem acenava a ela, hora ele se dizia para fazer isso, muito embora não visse ninguém acenando para ele, lembrou-se e com uma certa culpa de ter argumentado algumas vezes que ela se prendia a um passado, e que deveria dar-se a chance de viver, embora ele agora não conseguisse fazer o mesmo... percebeu assim que não adiantaria escrever, ir ou ligar... Percebeu então que não adiantaria então esperar, sonhar ou pedir a quem quer que seja por um reencontro ou retomada... Percebeu que não a perdia aquele dia... Percebeu que a perdeu anos antes... Antes mesmo de tê-la conhecido.
Abriu a carteira, e tirou ali de entre os cartões uma foto, uma pequena foto dela sorrindo a seu lado em um domingo feliz, uma foto roubada... uma foto que ela nunca sequer soube que existia... logo as horas passaram e era hora de voltar pra casa... Enfrentar o ônibus, as cotoveladas o que fosse... nada iria doer mais do que a frase.
“convidam você para a cerimonia a realizar-se”... e a data... nada o fez mais mal...
A lembrança do envelope e até mesmo as horas com ele na mão aquele dia pensando se deveria ou não ir e se despedir o tornavam cada vez mais triste... mas não..
Fechou a janela, desligou as luzes, e sentou-se a varanda... escuro e triste
Afinal hoje, uma semana depois do convite... ela se casava com aquele rapaz... e não existia para isso um “fale agora ou cale-se para sempre”... ele não tinha o que falar... ela escolheu o outro rapaz...
E ele escolheu... esperar...
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