Eu realmente...
O som do elevador era o anuncio de visita, ela rapidamente desliga o televisor e o ventilador e fica imóvel ao lado da porta, pensamentos vão desde desejos de que não seja ninguém que venha bater a sua porta como uma vontade conflitante de rever ele novamente. A campanhia toca uma, duas três vezes e ela respira fundo, do lado de fora alguém fala seu nome baixinho, e ela reconhece a voz.. é ele
-Sei que esta ai... abre a porta vamos conversar?
Ela calada e imóvel apenas aperta os olhos e morde o lábio em um desejo de se controlar
- Olha, sei que começamos mal, ou melhor, terminamos mal o nosso ultimo encontro, foi realmente trágico a forma que me comportei, mas olha... – dito isso ele passa por baixo da porta uma foto.
Ela não pega a foto e mesmo a certa distancia reconhece o dia, os dois sentados em um gramado, com sorrisos largos no rosto, aquele dia parecia tão distante hoje, mas a foto fora tirada a poucas semanas..2 no Maximo.
- Lembra que esse dia, eu fui a sua casa de manhã, fomos ao parque, apenas para relaxar, sem nos preocupar com tempo nem nada. O dia estava lindo... mas você quis ir ao cinema, e eu nunca consegui negar nada a você, nos levantamos e fomos em casa deixar as coisas para irmos a cinema, mas você já estava com fome, e eu cozinhei pra você, frango lembra? Fomos ao shopping, tomamos um café e vimos o filme que você estava doida pra ver a semanas... Lembra que saímos e viemos pra casa, compramos o sorvete, e eu te fiz massagem, tomamos o sorvete... e eu te dei um presente besta, sem motivo... a gente sempre falou tanto de musica que passamos a tarde ouvindo as melhores canções dos nossos cantores prediletos... e por fim, você abriu seu presente, o seriado que você mas gosta... passamos o resto da tarde vendo o seriado e eu fazia cafuné em você... – ela já escorria na parede como as lagrimas em seu rosto, era fácil lembrar aquele dia, era muito bom e ruim ao mesmo tempo, ela pensou em gritar sai daqui... mas ele continuou
- Eu nem preciso dizer que foi o melhor dia de minha vida, rimos tanto, brincamos tanto, nos amamos tanto... o que aconteceu depois? Por que a gente não pode voltar a ser assim? Por que agora a gente briga e discute tanto sobre coisas banais? Se nos assuntos mais importantes a gente sempre concordou?
Ela apertava o rosto nas mãos, e segurava os sons de seu choro, enquanto ouvia pensava que de fato sempre concordaram em assuntos complexos como fidelidade, amor e sexo, política e humanidade, religião.. mas nos últimos dias vinham brigando por cor de camisa, a forma de arrumar o armário, o sapato solto e de ponta cabeça e por ter ou não esquecido de ligar... e ele foi alem
-Sabe, eu não gostaria de que terminasse assim, que a gente não se falasse mais nem sequer soube-se um do outro mais, a gente pode voltar a rir um do outro, basta acreditar né? Eu acredito mas, você não me diz o motivo de ficar assim de estar tão tensa... eu sei que esta ai, sei que esta me ouvindo e sei que provavelmente esta pensando que eu deveria fazer como me pediu na ultima vez que nos vimos, dar as costas e seguir meu caminho... e eu acho que se essa porta esta assim fechada ainda... eu realmente devo fazer isso... é uma pena...Por que hoje, vindo pra ca, eu entendi o por que nunca deu certo com nenhuma das outras... eu descobri qual era o grande defeito de todas elas...
sabe qual é?- disse esperando ouvir uma respostas mas mesmo assim sabendo que ela não viria, e continuou – É que nenhuma delas era você... e nenhuma outra vai ser você... mas pra mim... aqui dentro... todas elas vão ser.
colocou por debaixo da porta agora um envelope, e disse,
- Minha ultima carta, não é nada alem de um punhado de palavras que eu tentei organizar de forma que pudesse ler o que estou sentindo por você. Não queime ou jogue fora... apenas leia de vez em quando... e lembra de como eu gostava de você... se vai realmente seguir esse caminho na sua vida... e eu não posso ir junto... bem... ao menos leve dentro de seu peito uma sobra do que levo no meu...
Depois disso ela ouviu apenas o som dos passos dele... a porta do elevador se abrindo, e ao longe um – ADEUS...
Sentada sobre as pernas e com o rosto ardendo de tanto chorar ela pegou a foto, e a imagem dele sorrindo ao lado dela era como se mil punhais cravassem seu peito, como ela poderia fazer isso com ela mesma? Como ela poderia escolher esse destino? As mão foram agora ao envelope, abrindo, um pequeno cartão e escrito nele apenas 7 letras... "EU TE AMO" e de fato foi entendido que não era preciso dizer mais nada alem disso...
As vezes a gente se pergunta se uma escolha pode fazer muita diferença em nossa vida, já que a vida é feita de escolhas, elas podem fazer TODA diferença em nossas vidas, podemos escolher ser como somos, agir como estamos agindo ou simplesmente largar de nossas vidas e seguir uma outra, voltar a uma escolha antiga ou apenas seguir caminhos novos, mas as vezes as escolhas que fazemos são frutos de nossos desejos de acreditar que o que fizemos antes não foi atoa, que o tempo não foi perdido, ou então por um sentimento maior. As vezes.. somente as vezes, o amor pode atrapalhar ou ajudar a fazer uma escolha.
Nesse momento, é melhor escolher o que se faz mais correto aos olhos e ao peito... escolha ser feliz..
Felicidade não é um estado, é um período, cabe a você fazer esse período permanente em seus dias...que todos eles sejam como uma tarde de domingo fantasiosa, de passeios, almoços, cafés, cinemas, seriados, boa musica cafuné e massagem, mas tudo isso regado a um grande sorriso de contentamento.
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As vezes não fazer uma escolha por si só é uma escolha que fazemos. É se entregar e deixar que as escolhas sejam deitas por nós.