Sexta
O dia tinha passado como de costume, lentamente e carregado de preocupações, e aquele chopinho com as amigas parecia perfeito, era uma maneira de deixar o peso da semana cair de seus ombros, sentar-se a mesa com as amigas e rir, falar sobre besteiras, e sentir-se vive de novo.
O banco próximo a calçada era o preferido, poderia acender seus cigarro, ver as pessoas passando e sentir-se notada as vezes, se bem que nem era isso que ela buscava, queria apenas, a sensação de relaxamento da cerveja, de um fim de noite, e da proximidade de um fim de semana.
Enquanto sua amiga rasgava elogios para o novo celular que comprou, ela olhou por sobre os ombros, a multidão na calçada, as meninas vestidas de maneira provocante, e ela sentia-se um tanto quanto “cansada” para isso, sentia o peso dos anos que carregava nas costas, mas também ela tinha algo que as meninas não tinham ainda... experiência, tinha vivido tanta coisa, uma boas outras nem tanto mas... o resultado era bom.
Riu ao ouvir a amiga comparar o novo celular com um homem, tomando um gole do seu shop olho para o outro lado da rua e viu alguém que a muito não via, ele com olhar tão cansado como o dela, olhos vermelhos e um passo quase que inexistente.
- Meninas, já volto.
- IIIII já vi tudo, vai pescar né?
- Não, eu vim só me divertir, já volto.
Atravessou a rua e correu um pouco atrás dele, e segurando a mão dele o fez girar por sobre os calcanhares.
- Oi!! Tudo bem?
- Oi...não muito bem, mas vai melhorando.
- Poxa quanto tempo não te vejo hein?
- Pois é muito tempo...e o que ta fazendo por aqui?
- Com umas amigas ali (apontou o bar do outro lado da rua) tomando uma cerveja, arejando a cabeça, ai te vi passar e vim dar um oi.
- Opa então obrigado pelo oi.
- Você ta bem?
- Não, na verdade, não
- Poxa te conheço a tanto tempo e você sempre me diz que ta mal... por que isso?
- Porque eu não estou com você.
-...
- Desculpe... devia ficar calado.
- Você sempre me deixa sem saber o que falar, e ai diz que devia ter ficado calado... por que?
- Porque eu aprendi a um tempo a ler seu silencio como uma maneira de se afastar, ou mudar de assunto.
- ... As vezes nem sempre...
- Eu sei, mas não devia ter te falado isso.
- Me fala, você ainda sente isso por mim?
- Isso?
-Isso que sentia antes? Ainda ta assim?
- Algumas coisas não mudam nunca... principalmente as que a gente descobre que eram verdadeiras, o tempo não apaga né?
- Não sei...
- Bem volte la pra suas amigas, elas deve estar te esperando.
- Tudo bem, deixa elas la... To preocupada com um “Amigo” agora.
- Não precisa, esse seu “amigo” sabe se cuidar.
- Mesmo?
- Já sou crescidinho não é? Aprendi com as topadas que dei.
Segurando a mão dele e olhou nos olhos dele.
- Eu Gosto muito de ti, e isso é muita coisa ta?
- Eu entendo, mas sei que não é o bastante
- Bastante?
- É... não é o bastante para voltar a ver seu sorriso como antes.
- ... Eu te ligo um dia e a gente conversa ta? Mas posso te fazer uma pergunta?
- Duas.
- Você estava com os olhos vermelhos quando cheguei aqui. Aguados... por que?
- Sempre que passo por essas ruas eu me lembro de certas coisas, ali na praça em frente ao cinema eu te abracei a primeira vez, e senti seu perfume, andamos de mãos dadas até aquele bar ali, onde a gente bebeu um pouco e falamos de nossos fracassos na vida, depois a gente saiu e passou por essa rua, e ali, bem ali perto daquele poste a gente se beijou a primeira vez, ainda com gosto de batata frita, a gente parou ali perto aquela barraca com seus amigos e ficamos ali por horas falando, e eu sentindo o seu perfume... sabe que eu ainda sinto ele as vezes? Claro que não sabe... Bem existem certas coisas que eu nunca esqueci... as datas, os locais, as cores, os perfumes e você. E passando por esses lugares é impossível não deixar eles aguarem os olhos.
- ... eu sei bem como é.... – disse ela agora com os olhos vermelhos – você lembra de tudo.
- Eu já tentei esquecer... mas devo admitir que foi meu maior fracasso...
O celular dela toca, é uma amiga mandando mensagem dizendo que estão esperando por ela.
- Tenho que voltar,... você vai ficar bem?
- Sem você? Difícil...
- ... – Deu um beijo no rosto dele e mexeu em seu cabelo. – Fica bem... por mim ta?
- Por você eu faço tudo... e você se cuida.
Cada um seguiu um caminho diferente, ela foi beber com seus amigos, ele subiu as escadas do seu prédio e sentou-se em sua sala, que também era cheia de recordações dela... e só pode dizer a si mesmo em voz alta.
- Diabos... como ela é linda...
Ela sentou-se a mesa e ouviu por uns minutos as amigas brincarem com ela, mas na verdade não conseguia mais prestar atenção nelas... lembrava-se apenas dos olhos castanho escuros dele dizendo “ – Por você eu faço tudo...” e pensou
“será que faria tudo mesmo?”
O banco próximo a calçada era o preferido, poderia acender seus cigarro, ver as pessoas passando e sentir-se notada as vezes, se bem que nem era isso que ela buscava, queria apenas, a sensação de relaxamento da cerveja, de um fim de noite, e da proximidade de um fim de semana.
Enquanto sua amiga rasgava elogios para o novo celular que comprou, ela olhou por sobre os ombros, a multidão na calçada, as meninas vestidas de maneira provocante, e ela sentia-se um tanto quanto “cansada” para isso, sentia o peso dos anos que carregava nas costas, mas também ela tinha algo que as meninas não tinham ainda... experiência, tinha vivido tanta coisa, uma boas outras nem tanto mas... o resultado era bom.
Riu ao ouvir a amiga comparar o novo celular com um homem, tomando um gole do seu shop olho para o outro lado da rua e viu alguém que a muito não via, ele com olhar tão cansado como o dela, olhos vermelhos e um passo quase que inexistente.
- Meninas, já volto.
- IIIII já vi tudo, vai pescar né?
- Não, eu vim só me divertir, já volto.
Atravessou a rua e correu um pouco atrás dele, e segurando a mão dele o fez girar por sobre os calcanhares.
- Oi!! Tudo bem?
- Oi...não muito bem, mas vai melhorando.
- Poxa quanto tempo não te vejo hein?
- Pois é muito tempo...e o que ta fazendo por aqui?
- Com umas amigas ali (apontou o bar do outro lado da rua) tomando uma cerveja, arejando a cabeça, ai te vi passar e vim dar um oi.
- Opa então obrigado pelo oi.
- Você ta bem?
- Não, na verdade, não
- Poxa te conheço a tanto tempo e você sempre me diz que ta mal... por que isso?
- Porque eu não estou com você.
-...
- Desculpe... devia ficar calado.
- Você sempre me deixa sem saber o que falar, e ai diz que devia ter ficado calado... por que?
- Porque eu aprendi a um tempo a ler seu silencio como uma maneira de se afastar, ou mudar de assunto.
- ... As vezes nem sempre...
- Eu sei, mas não devia ter te falado isso.
- Me fala, você ainda sente isso por mim?
- Isso?
-Isso que sentia antes? Ainda ta assim?
- Algumas coisas não mudam nunca... principalmente as que a gente descobre que eram verdadeiras, o tempo não apaga né?
- Não sei...
- Bem volte la pra suas amigas, elas deve estar te esperando.
- Tudo bem, deixa elas la... To preocupada com um “Amigo” agora.
- Não precisa, esse seu “amigo” sabe se cuidar.
- Mesmo?
- Já sou crescidinho não é? Aprendi com as topadas que dei.
Segurando a mão dele e olhou nos olhos dele.
- Eu Gosto muito de ti, e isso é muita coisa ta?
- Eu entendo, mas sei que não é o bastante
- Bastante?
- É... não é o bastante para voltar a ver seu sorriso como antes.
- ... Eu te ligo um dia e a gente conversa ta? Mas posso te fazer uma pergunta?
- Duas.
- Você estava com os olhos vermelhos quando cheguei aqui. Aguados... por que?
- Sempre que passo por essas ruas eu me lembro de certas coisas, ali na praça em frente ao cinema eu te abracei a primeira vez, e senti seu perfume, andamos de mãos dadas até aquele bar ali, onde a gente bebeu um pouco e falamos de nossos fracassos na vida, depois a gente saiu e passou por essa rua, e ali, bem ali perto daquele poste a gente se beijou a primeira vez, ainda com gosto de batata frita, a gente parou ali perto aquela barraca com seus amigos e ficamos ali por horas falando, e eu sentindo o seu perfume... sabe que eu ainda sinto ele as vezes? Claro que não sabe... Bem existem certas coisas que eu nunca esqueci... as datas, os locais, as cores, os perfumes e você. E passando por esses lugares é impossível não deixar eles aguarem os olhos.
- ... eu sei bem como é.... – disse ela agora com os olhos vermelhos – você lembra de tudo.
- Eu já tentei esquecer... mas devo admitir que foi meu maior fracasso...
O celular dela toca, é uma amiga mandando mensagem dizendo que estão esperando por ela.
- Tenho que voltar,... você vai ficar bem?
- Sem você? Difícil...
- ... – Deu um beijo no rosto dele e mexeu em seu cabelo. – Fica bem... por mim ta?
- Por você eu faço tudo... e você se cuida.
Cada um seguiu um caminho diferente, ela foi beber com seus amigos, ele subiu as escadas do seu prédio e sentou-se em sua sala, que também era cheia de recordações dela... e só pode dizer a si mesmo em voz alta.
- Diabos... como ela é linda...
Ela sentou-se a mesa e ouviu por uns minutos as amigas brincarem com ela, mas na verdade não conseguia mais prestar atenção nelas... lembrava-se apenas dos olhos castanho escuros dele dizendo “ – Por você eu faço tudo...” e pensou
“será que faria tudo mesmo?”
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