UP

Eu estava vendo up, aquele filme do velho que enche um monte de balões para levar a casa e assim cumprir uma promessa feita a sua falecida esposa, por si só o inicio do filme já é lindo, incrível, de uma poesia e romantismo sem tamanho. Mas me espantei com o que eu deixei de ver da primeira vez que vi o filme.
Fora o romantismo do inicio e o mal humor do Frederickson, durante todo o filme ele segue tendo um dialogo único com a casa, com as lembranças, ele mantem sempre um olhar para um lugar no passado, preso a uma promessa que fez, mas assim que ele completa a promessa que ele chega a onde tinha planejado o velho olha e pensa no que fazer agora, e novamente lembrando do passado, e da promessa que nessa hora é representada por um álbum de fotos.
Quando ele pensa que acabou, que não restava mais nada ele percebe que estava limitado as lembranças, e nas lembranças por acidente ou então por mais interesse ele descobre outras, se lembra de outras e por fim se da conta de que estava limitado, preso, mas é uma frase escrita que me fez sorrir e pensar que esse filme é realmente o máximo.
“Obrigado pela aventura agora parta para a próxima”
HÁ... eu ri... com um recado, uma lembrança acorda alguém e diz “foi bom enquanto durou, agora volta a viver” e melhor, nessa mesma hora o jovem rapaz sai em pra ajudar alguém, e o velho, em mais um show de símbolos é obrigado a se desfazer de todas as lembranças que pesavam nele para que pudesse ir atrás de uma outra aventura...
Não atoa chorei, não atoa escrevo esse texto com agua nos olhos e por que?
Porque a gente se prende a lembranças, a memórias e carrega elas pesadas em nossas vidas, casas e mentes sem perceber que o mundo é cheio de possibilidades de novas aventuras, descobertas e momentos de vida.
Acho que eu vi esse filme na hora certa, não que eu esteja me defazendo de memórias e esperanças mas conheço gente que esta preso a um passado, a uma memória de algo que foi bom mas “já deu” o que tinha que dar... e talvez seja a hora de somar a vida NOVAS experiências, retomar um velho sonho, buscar uma nova oportunidade ou simplesmente tirar o peso das costas e seguir leve pele vida.
Em fim.
Quem não viu, aconselho que veja, quem já viu, veja de novo, e preste atenção nos símbolos. Não falo dos gráficos e sim no simbolismo de tudo... existem muitos... basta saber ver.
E eu... bem eu continuo como o velho Frederickson, lutando para levar minha casa ao lugar certo, ainda sou preso a uma memória que não sei quando e se vou me desfazer... afinal... tem memórias que nos tornam leves.

Comentários

Anônimo disse…
"Estranho como já me sinto como uma velho amigo seu"...

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